quinta-feira

biografia

O certo seria começar falando do dia em que a gente se conheceu, mas o começo normalmente é no final. É no final que damos o real valor às pessoas e fatos; que a história toma um rumo, mesmo que ruim; que começamos a ver o que passou!
Em um livro descobre-se de parágrafo a parágrafo uma razão para prosseguir lendo até o fim. O livro da sua vida me mostrou muito, mas eu não li as entrelinhas e deixei muita história para trás. Você não foi um conto de fadas, não chegou com um cavalo branco para me raptar. Não foi uma história em quadrinhos, não era um super-herói com poderes para me salvar. Você é uma história de um romance qualquer, e eu espero que tenha o clássico final feliz de romances.
Afinal, não são as histórias contadas por terceiros que me fazem pensar, mas sim as que meu silêncio pode presenciar, misturado com paixão e medo. Você é daqueles romances com um problema para resolver, que fazem a mocinha sofrer para dar sabor à história. Mesmo que eu diga o quão importante você é para mim, não vai impedir de você mudar as linhas do final, de se afastar, de se tornar apenas um retrato ou um bilhete no mural.
Eu queria que você fosse como meu diário, onde eu escrevo apenas o que me convêm e é relativamente saudável para a memória. Podia ser um livro com todas as frases bonitas que um dia me disse; singelo e sincero. Podia ser meu príncipe encantado, sem cavalo; meu super-herói, sem poderes. Podia ser o amor. O amor é um passeio no parque, um suor no inverno, uma coberta no verão, duas mãos dadas com a imaginação; ele não é clichê, é necessário.
Você poderia resolver o problema, parar de se afastar e partir para o final feliz. Você pode ser aquilo que foi no começo, aquele que me olhava nos olhos antes de tocar na minha mão; que me abraçava antes de tocar meus lábios; que me ouvia como um amigo fiél e dava razão para eu prosseguir lendo o nosso romance.