quinta-feira

(re)viver

quero sentar na escada,
e deixar o vento trazer um perfume qualquer;
o perfume das flores do jardim ao lado
o perfume da grama sendo molhada.

quero um minuto de silêncio,
uma página riscada;
dizendo frases sobre você,
com rimas perdidas sem razão.

quero gritar ao vento sobre o melhor presente
aquele que ganhei em uma noite fria
de lua brilhante e cheia

quero repetir todos os dias:
como é bom ver o sol nascer,
como foi bom ouvir a melhor frase
dita por ti quando perdemos a hora, deitados.

quero deitar no meio da sala
quando a escuridão a cobrir, sem piedade
só para pensar em tudo
só para fechar os olhos e viver.

terça-feira

cinzas de abril

cinzas de cigarro cobrem o chão;
restos do fim de algo que existiu,
de algo que não vai voltar a ser o que era.

cinzas de cigarro voam com o vento;
que balança meus cabelos,
que me cega com o tempo.

minha vida

eu vivo de nostalgia,
de cartas relidas,
de fotos guardadas.
eu vivo sem nada,
sem abraços presentes,
sem vozes no ouvido.
eu vivo sozinha,
em um mundo turbulento
repleto de castigos.
eu vivo de lágrimas,
de poucos sorrisos.
eu vivo a procura de tudo,
de estrelas cadentes,
de desejos recentes.
eu vivo de espera,
da espera que tudo volte,
que você volte a ser.
eu vivo do teu cheiro,
do caminho que me mostra.
eu vivo de nostalgia.

Mari Mariana.

a garota carrega uma bagagem
com recordações,
com amores,
com vida.
a garota carrega no olhar
as memórias,
das histórias
que um dia viveu.
a garota que com sorrisos
te encanta.
ela ama, canta, dança.
mari mariana,
uma flor que desabroxa
que dá beleza a quem olha.

sexta-feira

no céu ainda é domingo

azul e branco.
nuvens de algodão.
bolinhos de chuva.
sorrisos e perfeição.
o céu é sua imaginação.
bonito e radiante,
mas, infelizmente, distante.
verde e amplo.
o gramado é baixo.
abaixo.
o sol o esquenta.
conforta.
o dia está como domingo.
sol.
silêncio.
chimarrão.
sorriso.
pena ser apenas terça...

sábado

flores de papel


como as flores que murcham sem água,
como os papéis que queimam com o fogo;
querer ser feliz pode ser perigoso.

sexta-feira

rotina

Quando você entrar, por favor, feche a porta; logo após vá à janela para fechar as cortinas verdes. Assim a gente se isola neste mundo sem exigências. Desligue o telefone, e acenda as luzes para leres melhor o jornal; leia-o com calma, sentado no sofá. Enquanto isto, eu vou fazer algo na cozinha, e não tente me fazer falar alto por que eu sou louca e vivo rouca; se quiser me ouvir levante-se e vá onde eu estiver. As malditas pastilhas que eu me esqueço de comprar na farmácia têm uma parcela alta na minha rouquidão, mas hoje não é dia de sair; vou deixar de comprá-las mais uma vez.
Você sabe como é: eu sou de gêmeos, mas não sou duas; eu tento ser boa em tudo, mas sou somente aprendiz. Então, não force as atitudes, não me faça sair quando você está comigo, não tente me fazer ver jogos de futebol, ou ir a churrascos aos domingos. Essas coisas me deixam de mau humor, e para melhorar somente um café na cama feito por ti, ou um filme antes de dormir; afinal, só você sabe me deixar boba e gentil.
No final do dia abrace minha boca e beije meus braços; pegue minha mão e veja meu compasso. É nessa hora que eu cometo meu maior crime: amar-te. Só não venha me prender por que eu não aceito correntes, viver livre é bom para te abraçar na manhã seguinte, quando você abrir as cortinhas e sair pela porta. Durante o dia ainda existe uma rotina.