não vou retornar as chamadas não atendidas
não vou abrir os bilhetes recebidos pelo correio
a vida pediu um tempo, não diga nada
não interprete errado se eu quero tentar esquecer
mas sua vida é melhor longe de mim
o sofrimento pede uma cicatrização, não diga nada
antes de dormir, eu ainda lembro
de alguns momentos que passamos juntos
eu sei o quanto foi bom, mas não diga nada
um dia o crepúsculo vai vir com chuva
e a lua cheia estrelada
quem sabe a gente se reencontre, sem dizer nada
não diga, não ouse, não viva
o silêncio me lembra o beijo,
os olhos que falaram calados.
o silêncio me faz te ver do meu lado,
mas eu tenho que te esquecer
vai ser bom para os dois,
não diga nada.
quarta-feira
domingo
ver-te-ei
eu vejo no espelho tudo que passou,
como um retrato da condenação física
as cicatrizes mostram o tumulto dos dias.
eu vejo o tempo atrasado no relógio,
como a estabilidade das memórias,
os ponteiros param para aguardar a hora certa.
eu vejo pela janela o mundo sorrir espontaneamente,
como a estrela cadente que cai
alegrando um coração sonhador.
eu vejo nas anotações perdidas,
como quem ouve vozes numa sala sozinha
o sentimento transposto pelas brigas.
eu te vejo atrás do fogo da vela
que queima solitária no canto da mesa,
apagando depois de um tempo.
como um retrato da condenação física
as cicatrizes mostram o tumulto dos dias.
eu vejo o tempo atrasado no relógio,
como a estabilidade das memórias,
os ponteiros param para aguardar a hora certa.
eu vejo pela janela o mundo sorrir espontaneamente,
como a estrela cadente que cai
alegrando um coração sonhador.
eu vejo nas anotações perdidas,
como quem ouve vozes numa sala sozinha
o sentimento transposto pelas brigas.
eu te vejo atrás do fogo da vela
que queima solitária no canto da mesa,
apagando depois de um tempo.
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