domingo

ver-te-ei

eu vejo no espelho tudo que passou,
como um retrato da condenação física
as cicatrizes mostram o tumulto dos dias.
eu vejo o tempo atrasado no relógio,
como a estabilidade das memórias,
os ponteiros param para aguardar a hora certa.
eu vejo pela janela o mundo sorrir espontaneamente,
como a estrela cadente que cai
alegrando um coração sonhador.
eu vejo nas anotações perdidas,
como quem ouve vozes numa sala sozinha
o sentimento transposto pelas brigas.
eu te vejo atrás do fogo da vela
que queima solitária no canto da mesa,
apagando depois de um tempo.

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