segunda-feira

viver feliz para sempre?

Quando ela era criança, achava que contos de fada aconteceriam quando crescesse. Afinal, que garota não almeja um amor eterno e reciproco? Mas, quando ela cresce vê que os livros não são reais, são apenas histórias fictícias de alguém que vivia de sonho. Só que por um lado, viveu de sonho e não os realizou. Viu que fora dos livros a única mágica que existe é aquela que acaba com tudo.
O muro cai.
Os livros mofam.
O coração chora lágrimas.
O sol queima as flores.
A garota cresce e se apaixona, acha que o mar é de rosas e o vento é perfume. Mas ela se afoga. Ela se sufoca. Garotas olham o mundo diferente, almejam encontrar um grande amor; mas garotos só querem diversão, e acham que garotas são brinquedos.
Você passa anos lendo histórias com "felizes para sempre", mas demora para ver que tudo tem um fim, demora demais e isso lhe traz tristezas.
Ela conhece muitas pessoas, se apaixona diversas vezes, até que encontra um amor. O amor faz as mãos dela tremerem, as pernas ficarem bambas, os olhos brilharem, a boca ter o melhor sorriso misturado com vergonha e um pouco de desejo. Mas sem querer este amor vai se afastando, não o dela, mas o dele. Então ela começa a superar isso com as lembranças. As lembranças, para ela, deveriam saciar o fato da distância começar a se formar, mas ao contrário disso, ela traz uma tristeza na bandeja.
A garota respira memórias. Vive do dia em que o conheceu, da primeira vez que sairam, do primeiro beijo, das vezes que foi surpreendida, das brigas que fizeram tudo ir se apagando. Porém, ele não deve sequer saber dessas informações; sequer deve saber os motivos das lágrimas dela.
As cartas não são enviadas.
A tristeza é escondida.
Ela pára de ligar.
Ela espera que ele procure.
Não ocorre.
A garota começa a ter certeza que contos de fada ficam na infância. Mesmo que o amor exista, nem sempre é reciproco, nem sempre é como queremos. A garota chora, lamenta. Tenta aceitar que tudo acaba.

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