sexta-feira

sem flash, por favor.

Sentada em um desses panos quadriculados e coloridos, típicos para piquenique. A diferença é que o gramado só pertence a mim, sem guloseimas e pessoas para dividir o momento e uma suposta felicidade. No céu, as nuvens deixam o dia sem sol; nublado como meus pensamentos.
Aproveito o momento para ver fotografias feitas pela minha mente, fotografias que só eu verei; lugares e pessoas registrados em uma mente que tem sede de amor. Amor com açúcar, para ser mais doce; amor com pimenta, para ser mais quente; amor com café, para tirar o fôlego; apenas amor.
Posso visualizar sorrisos bobos, olhares tímidos, mãos dadas, uma blusa no chão, uma luz por baixo da porta. Passado registrado para poder ser recordado em qualquer horário do dia, enquanto vejo este gramado em um belo dia cinza. Afinal, dias cinzas também podem ter beleza. Recordo a beleza nessas fotografias tiradas em dias ensolarados, em noites chuvosas, em madrugadas longas e curtas; nas palavras anotadas também na minha mente. Palavras com cores, para serem vivas; palavras com texturas, para serem sentidas; apenas palavras.
Visualizo tudo que não existe no presente em um fechar de olhos, com o amor que ainda vive aqui.

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