terça-feira

meu rei de copas

Eu olhei no relógio e eram três horas, corri para não chegar atrasada achando que eu receberia um abraço para sufocar a saudade e um beijo para alimentar a semana; mas havia uma muralha separando a saudade dos erros, havia uma distância enorme mesmo que ele estivesse na minha frente.
Agora são vinte horas e eu grito, grito, grito. Ninguém pode me escutar ou secar minhas lágrimas, porque eu estou sozinha em um quarto onde a única luz existente vem na tela do computador, o único barulho é da música que insiste em ser a mesma há duas horas.
Nosso amor envelheceu um ano e um mês. Morreu de velhice ou foi parar em uma cama na uti? Não importa onde esteja, simplesmente não está mais aqui; foi embora sem passagem de volta. Deixou só as recordações, o que não seria estranho, afinal, somos o que recordamos. Vou ser sorrisos, manhãs de preguiça, pulos no colo, carinhos pra dormir; serei um domingo na grama, uma quarta no cinema, uma sexta com os amigos; serei o seu abraço protetor, o seu beijo conquistador, a mão dada guiando. Serei as lembranças de um ano que passou. Espero ser coisas boas nas tuas lembranças e não as lágrimas que um dia caíram quando tua última palavra foi: desculpa.

3 comentários:

  1. Nossa que coisa linda! Gosteii muito
    "Vou ser sorrisos, manhãs de preguiça, pulos no colo, carinhos pra dormir; serei um domingo na grama, uma quarta no cinema, uma sexta com os amigos; serei o seu abraço protetor, o seu beijo conquistador, a mão dada guiando"

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  2. Que assim seja!

    Que as lembranças sejam só as coisas boas.

    Beijos e obrigada pela presença e pelo carinho!

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  3. As lembranças atormentam, mais há de adormecer.

    Você escreve com essência, um toque poético, uma sensibilidade que encanta. Gosto porque você faz o desfecho da história. Fica tudo lindo, maravilhoso. Um beijo!

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